quinta-feira, 4 de julho de 2013

Para a ex-senadora, como está proposta, reforma manterá o monopólio dos partidos políticos

Para Marina, reforma foi inviabilizada pelo CongressoReprodução/TV IG
A ex-senadora Marina Silva disse, nesta quarta-feira (3), que discorda da forma como oplebiscito da reforma política está sendo conduzido. Segundo ela, a Planalto e o Congresso estão monopolizando a discussão, sem fazer uma consulta à sociedade antes de propor os pontos a serem mudados.
— [O plebiscito] pode ser uma ferramenta, desde que as perguntas não sejam feitas por quem está no controle [...] O Congresso é parte, mas não é a resposta. Se o plebiscito for feito apenas entre o Palácio e o Congresso é porque não se entendeu nada [das manifestações].
Marina fez as afirmações em entrevista ao Portal IG, na manhã desta quarta-feira. Ela disse que, durante a campanha de 2010, quando era candidata à Presidência, chegou a defender a criação de uma constituinte com mandatos exclusivos para fazer as reformas necessárias no Brasil, mas que abriu mão da ideia após conversar com juristas e com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Brito.
De acordo com a ex-senadora, quando os políticos viram uma classe perdem a legitimidade para mediar os interesses das diferentes classes da sociedade. Ela disse acreditar que a reforma não foi realizada até hoje porque o Congresso a inviabilizou.
— O deputado Henrique Fontana (PT) tinha feito trabalho a duras penas no Congresso  e foi engavetado por pressão do PMDB, com a conivência da base do governo. Depois, ainda apresentaram um projeto de lei casuístico, com um ponto só, para tirar 35 segundos dos partidos que estavam sendo criados. Reduziram a reforma politica a 35 segundos.
Marina sugeriu, ainda, que seja incluída entre as questões que serão colocadas no plebiscito, a possibilidade das candidaturas independentes de partidos. Para ela, como está proposta, a reforma apenas mantém o monopólio das legendas.
— O que estão propondo é para mais verticalização, mais monopólio dos partidos políticos. E hoje a tendência é de quebrar esse monopólio.

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