A ex-senadora Marina Silva disse, nesta
quarta-feira (3), que discorda da forma como oplebiscito
da reforma política está sendo conduzido. Segundo ela, a Planalto e
o Congresso estão monopolizando a discussão, sem fazer uma consulta à
sociedade antes de propor os pontos a serem mudados.
— [O plebiscito] pode ser uma ferramenta,
desde que as perguntas não sejam feitas por quem está no controle [...] O
Congresso é parte, mas não é a resposta. Se o plebiscito for feito
apenas entre o Palácio e o Congresso é porque não se entendeu nada [das
manifestações].
Marina fez as afirmações em entrevista ao
Portal IG, na manhã desta quarta-feira. Ela disse que, durante a
campanha de 2010, quando era candidata à Presidência, chegou a defender a
criação de uma constituinte com mandatos exclusivos para fazer as
reformas necessárias no Brasil, mas que abriu mão da ideia após
conversar com juristas e com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Carlos Ayres Brito.
De acordo com a
ex-senadora, quando os políticos viram uma classe perdem a legitimidade
para mediar os interesses das diferentes classes da sociedade. Ela disse
acreditar que a reforma não foi realizada até hoje porque o Congresso a
inviabilizou.
— O deputado Henrique
Fontana (PT) tinha feito trabalho a duras penas no Congresso e foi
engavetado por pressão do PMDB, com a conivência da base do governo.
Depois, ainda apresentaram um projeto de lei casuístico, com um ponto
só, para tirar 35 segundos dos partidos que estavam sendo criados.
Reduziram a reforma politica a 35 segundos.
Marina sugeriu, ainda,
que seja incluída entre as questões que serão colocadas no plebiscito, a
possibilidade das candidaturas independentes de partidos. Para ela,
como está proposta, a reforma apenas mantém o monopólio das legendas.
— O que estão propondo é
para mais verticalização, mais monopólio dos partidos políticos. E hoje a
tendência é de quebrar esse monopólio.
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